“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
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Jovens da diocese participarão do encontro “A Economia de Francisco”

Março/ 2020 - Edição 139 - Ano XIV

Diante da atual desigualdade social e da visível devastação do planeta, o Papa Francisco convocou jovens economistas e empreendedores de todo o mundo, para junto com ele e diversos palestrantes convidados pensar uma nova economia na ordem mundial. Ao todo 3.300 jovens responderam o chamado do Pontífice e 2.000 foram credenciados para o encontro “Economia de Francisco". O evento que ocorreria de 26 a 28 de março, na cidade italiana de Assis foi adiado para 21 e 22 de novembro, devido ao COVID-19 (coronavírus) que tornou impossível a reunião com milhares de jovens, provenientes de 115 países neste mês.

São jovens pesquisadores, estudantes, doutorandos; empresários e líderes empresariais; inovadores sociais, promotores de atividades e organizações locais e internacionais; atuantes com o meio ambiente, pobreza, desigualdades, novas tecnologias, finanças inclusivas e desenvolvimento sustentável. Todos jovens com menos de 35 anos que estão interessados no homem.

O Brasil é o segundo país com maior número de participantes, ficando atrás somente da Itália e enviará uma delegação composta por aproximadamente 200 jovens, provenientes das cinco regiões brasileiras. Entre esses jovens, estão três da Diocese de Piracicaba: Flávia Mengardo Gouvêa, formada em Relações Internacionais; Álvaro Micheletti, economista e Marcelo de Medeiros, administrador.

O encontro vai discutir, a partir do olhar de São Francisco de Assis, a construção de uma economia voltada para uma renda cidadã e o bem comum. Dentro deste contexto, a cidade de São Francisco foi organizada em doze "Aldeias" que hospedarão os trabalhos dos participantes nas principais questões da economia de hoje e do amanhã. São elas: trabalho e cuidado; empreedimento e dom; finanças e humanidade; agricultura e justiça; energia e pobreza; lucro e vocação; políticas para a felicidade; meio ambiente e desigualdade; negócio e paz; economia e mulher; empresas em transição e vida e estilos de vida.

O diretor científico do evento, professor Luigino Bruni, destaca que, em Assis, os protagonistas serão os jovens que dirão as suas ideias sobre o mundo, em termos de ecologia, economia, desenvolvimento e pobreza. “Eles terão a oportunidade de pensar e se perguntar, por meio dos passos de São Francisco, o que significa construir uma nova economia do homem para homem”, finaliza o cientista.

Durante três dias, o evento contará com a presença de importantes nomes de cientistas e empreedendores mundais que construíram e constroem uma sociedade inclusiva e sustentável. Entre os palestrantes estão os Prêmios Nobel da Economia e da Paz, Amartya Sen e Muhammad Yunus, respectivamente, o economista Juan Camilo Cardenas, o especialista em desenvolvimento inteligência artificial sustentável John Frank, de Microsoft e do empresário Brunello Cucinelli e a física, ecofeminista, ativista ambiental, Vandana Shiva.

Para saber mais sobre o encontro “Economia de Francisco” acesse o site francescoeconomy.org


O ENCONTRO EM NÚMEROS:

3.300 pedidos de participação
2.000 jovens credenciados (mulheres 41%, homens 56%)
115 países participantes

Os participantes mais jovens têm 12 anos e são da Eslováquia e Tailândia.
Países mais representados: Itália, Brasil, Estados Unidos, Argentina, Espanha, Portugal, França, México, Alemanha e Grã-Bretanha
80 eventos preparatórios
12 aldeias


Expectativa e ansiedade

Flávia, Álvaro e Marcelo estão contando os dias para estarem em Assis, terem a oportunidade de se encontrarem com jovens do todo o mundo e trocarem informações que poderão ser implementadas em seus projetos sociais, além da oportunidade de ouvirem grandes empreendedores mundiais que atuam na busca de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Flávia, de 32 anos, explica que fez a inscrição na categoria pesquisadora e acredita que o encontro será uma grande oportunidade para trocar experiências e pretende partilhar as informações colhidas durante o encontro para sala de aula, visto que, atualmente, é docente na área de economia. Álvaro, de 22 anos, que se formou em economia pela Unicamp (Universidade de Campinas), no ano passado, salienta que a escolha do curso foi para repensar a sociedade atual e espera que o encontro possa ajudar a transformar ideias em ações práticas para transformação social. Ele lembra que é preciso ter uma visão global para conseguir atuar localmente. Para o administrador, Marcelo, de 28 anos, o que levou a se inscrever para o encontro foi a visão do Papa Francisco de pensar uma nova economia que visa o combate à desigualdade. Ele afirma que a proposta do pontífice vem de encontro aos seus anseios que é a construção de uma sociedade menos consumista. “Precisamos repensar um novo modelo de sociedade. Com certeza a troca de experiência com jovens de várias partes do mundo, a partir de suas realidades, será muito enriquecedora para nós e queremos trazer o aprendizado para nosso país e para nossa região”, finaliza Marcelo.

 

Não à economia que mata e exclui: “Economia de Francisco”

Diante da destruição ambiental, do desemprego crescente, da fome voltando, do desmonte da previdência, enquanto a riqueza, cada vez mais, vai para as mãos de poucos, o Papa Francisco nos diz ser urgente “repensar”esta economia que mata e depreda. Para isto, o Papa convoca um grande encontro a se realizar em novembro de 2020, em Assis, Itália, chamado por ele de “Economia de Francisco”, em referência a São Francisco de Assis, chamando todos para uma economia mais justa, sustentável e inclusiva. É proposta de sobrevivência, pois a economia vigente está levando o Planeta e a humanidade ao colapso. Hoje, cinco megabilionários têm a mesma riqueza que 3,5 bilhões de pessoas!

No Brasil, as famílias, hoje, pagam 100% de juros nas compras a prazo (na Europa é 13%), são 60 milhões endividados. Para as empresas, os juros é de 50% (na Europa é 2%). Por ano, ambos pagam de juros R$ 1 trilhão aos bancos, conforme Dr. Ladislau Dowbor. O Estado brasileiro, através dos juros da dívida pública – a qual apresenta inúmeras irregularidades em existir – paga anualmente mais de R$ 1 trilhão aos bancos (40% de toda a receita do país). O dinheiro está demais concentrado com os bancos, as famílias não conseguem comprar, as empresas não vendem, o Estado não investe. Aqui está a crise do Brasil! Nos últimos sete anos, o número de bilionários triplicou, em 2012 possuíam R$ 340 bilhões, hoje os 210 bilionários brasileiros têm R$1,2 trilhões, e sem produzir nada a mais, nem gerado empregos, sugando a riqueza só pela especulação financeira, pelos juros.

Por isso, o Papa Francisco diz ser urgente “trazer alma” às relações econômicas que muito matam e devastam. A mudança da economia requer uma mudança no pensar com o humano e o meio ambiente no centro. Assim, o Papa convoca para maio de 2020 um “Pacto Educativo”, para formar uma mentalidade para esta nova economia. Promover economias solidárias e bancos comunitários, organizar articulações locais e regionais, participando, assim, da Economia de Francisco (www.ecofranbr.org).

Frei Marcelo Toyansk Guimarães(OFMCap)
Membro da Articulação Brasileira da Economia de Francisco
 

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