No dia 25 de novembro, celebramos a data nacional do Doador Voluntário de Sangue, que iniciou-se no dia 30/06/64. Comemoração que exalta e agradece este gesto generoso e solidário pelo qual comunicamos e partilhamos a vida. Assistimos a grandes progressos na ciência, no entanto nada substitui a contento a doação de sangue.
Em muitas circunstâncias médicas, devido a acidentes, catástrofes ou uma simples cirurgia, o sangue humano torna-se necessário e significa a possibilidade de sobreviver, superar a emergência e o risco eminente. Verifica-se, nestes tempos de tetos de gastos e míngua de recursos para o SUS, muitos hemocentros com dificuldade para repor insumos nessesários para a segurança transfusional, destacando o esforço e a luta dos profissionais da saúde desses centros por alcançar a dotação exigida.
Por outro lado, a presença de doadores ao longo do ano é intermitente e, às vezes, aleatória, requisitando uma comunicação permanente com a população, bem como uma criativa proposta motivacional. É altamente gratificante constatar o comprometimento de muitas comunidades católicas e evangélicas com esta causa, marcando na própria programação das Igrejas, o dia e lugar da doação de sangue.
Também outras religiões e filosofias de vida estimulam este ato solidário e profundamente humano. O sacrifício redentor de Cristo nos inspira a dar a vida pelos irmãos, a ser sinal de salvação e compaixão para quem, exânime, precisa de nosso sangue. Este gesto não só repõe para alguém seu estoque de sangue, compensando a perda traumática, mas, o que é mais importante, repõe a esperança, a nobreza, a percepção de que somos uma família de irmãos, não do mesmo sangue, mas do sangue partilhado.
Que Deus recompense a todos os doadores/ as pelo seu desprendimento e solicitude que, como o samaritano do Evangelho, olha com misericórdia, aproxima-se, ampara e socorre aos caídos e necessitados, dando-lhes, não apenas atenção, mas seu próprio sangue. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)