O clima da cultura moderna, ou pós-moderna, chamada de “cultura líquida”, influencia fortemente a mente das pessoas, principalmente dos jovens pouco avisados sobre sua dignidade e valor do ser humano constituído imagem e semelhança do Criador. Mas não podemos ser reféns de dados construídos com critérios irresponsáveis, que favorecem ações que ameaçam a vida humana.
Em 2015 foi criada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) brasileira, uma campanha de prevenção contra o desrespeito à vida. É uma preocupação que atinge a todas as pessoas, principalmente às famílias, as que mais sofrem com a perda de um ente querido, de forma arbitrária.
A ação da mídia e das redes sociais tem favorecido práticas indesejáveis. Muitas pessoas têm tirado a própria vida por coisas tão fúteis e banais, passíveis de superação através de acompanhamento psicológico e espiritual. A vida é um dom de Deus e merece ser preservada em qualquer circunstância, basta que a pessoa esteja aberta e procure as instâncias que podem ajudá-la.
O amarelo, nas plantas ou nas pessoas, dá impressão de decadência, de doença e fragilidade. Causa preocupação e busca de solução, de ajuda para identificar o que está acontecendo. Não podemos dar a uma cor, no caso do amarelo, o sentido de desânimo em relação ao sentido da vida. Uma árvore desbotada com cor amarela dá impressão de caminhar para a morte.
Muitas instituições estão preocupadas com o índice de ameaça à vida. Ao lado da preocupação, investem na qualificação de profissionais para trabalhar a autoestima das pessoas. Isso acontece em muitas Igrejas e entidades especializadas nesse campo. Na Igreja Católica temos agentes com qualidades específicas para auxiliar aos que os procuram, principalmente na área da psicologia.
Além da orientação que é dada internamente pelas diversas instituições, existe também uma vasta literatura sobre o assunto e de fácil acesso das pessoas interessadas. Podemos encontrar ajuda ainda no site “www.setembroamarelo.org.br”, porque precisamos valorizar a nossa história de vida, olhando para as pessoas mais vulneráveis e necessitadas de orientação precisa e pertinente.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)