Para nós, cristãos, o Dia de Finados não é um simples feriado. É o dia em que celebramos a vida eterna daqueles que já faleceram e renovamos a esperança de que nós, também, um dia ressuscitaremos para contemplar eternamente a face amorosa e misericordiosa daquele que nos deu a vida.
No dia em que celebramos os mortos, tudo nos aponta para a vida. Jesus Cristo morto e ressuscitado é as primícias da ressurreição de todos os que viveram os seus ensinamentos.
Ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica (1014) que “a morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino”.
A morte que entrou no mundo pelo pecado, foi derrotada pelo sangue redentor de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Com sua vida, morte e ressurreição, Jesus firmou com a humanidade uma “Nova e eterna Aliança” de modo que somos chamados a viver com ele uma vida que não tem fim, onde não há dor, nem sofrimento, nem lágrimas.
Não devemos temer a morte. Como os santos e santas devemos estar preparados para o encontro definitivo com o Pai misericordioso, que nos espera de braços abertos para nos acolher e fazer festa pelo(a) filho(a) que retorna à casa de onde um dia saiu para cumprir uma missão.
No momento daquele encontro as palavras de perdão que dirigirmos ao Pai serão silenciadas pelo seu abraço. Em seguida o Pai mandará os seus anjos fazer uma festa “pelo filho que de morto retornou à vida”.
Cristo em sua humanidade passou pela morte para transformá-la em vida, e vida eterna. Disse São Paulo “Semeia-se no túmulo um corpo corruptível e ele ressuscita um corpo incorruptível, um corpo espiritual”.
Na liturgia a Igreja reza: “Para os que creem a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito esse corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”. Portanto, a morte é apenas o fim de nossa caminhada terrestre.
Acreditamos, pela nossa fé batismal, que aqueles que lembramos e visitamos em suas sepulturas encontram-se felizes junto de Deus, pois o Senhor Jesus, da mesma forma que ordenou a Lázaro, sepultado havia quatro dias, diante das sepulturas, ordenará a cada um: “sai para fora”. E os que estavam mortos sairão dos túmulos sem as amarras do pecado e das coisas desse mundo para viver a glória sem fim do céu, com Ele, por Ele e para Ele, junto com o Pai e o Espírito Santo.
Indo aos cemitérios ofereçamos àqueles que já partiram para a outra vida as nossas orações. Para aqueles que ainda se purificam, para que possam participar plenamente da glória preparada pelo Pai antes de todos os séculos, e para os que já estão contemplando a Deus face a face, pedimos a sua intercessão junto a Ele para que nos dê força e coragem para perseverar na fé enquanto peregrinamos “pelas estradas da vida”.
Um dia também estaremos “do outro lado”. Que Deus nos ajude a viver neste mundo praticando o mandamento do amor: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”. E pelos méritos da paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, possamos ressuscitar para a vida eterna junto com Maria, mãe de Jesus e nossa, e com todos os santos e santas de Deus.
Diác. Edgard de Oliveira Batista
Animador da Pastoral da Esperança da Diocese de Piracicaba