O tempo de Natal alcança sua plenitude e esplendor com a Solenidade da Epifania, isto é, da manifestação do Menino Deus aos povos e Nações. Celebra o encontro alegre e jubiloso da humanidade com o Deus pequeno que se une, assim, a todas as pessoas e criaturas. Revela a gratuidade e a universalidade da salvação, bem como a abertura misericordiosa que convida para a reconciliação da humanidade numa só família.
A proposta divina fascina, pois é na fragilidade e doçura de uma criança que nasce a fraternidade universal, a humanidade nova, não violenta, harmoniosa e pacífica. Diante dos extremismos, de fanatismos raivosos e nacionalismos agressivos, a vocação humana, como aprendemos nesta festa, é para a partilha e a comunhão, condividindo e cuidando dos bens da criação numa Mesa e Casa comum.
Na figura simpática e misteriosa dos sábios do Oriente, ou dos Santos Reis, como os chama a tradição popular, estão representados todos os homens e mulheres de todas as etnias, culturas, idades e condições, atraídos pela Estrela da fé que nos leva sempre ao Deus Amor. Ofereçamos, hoje, o incenso de uma oração sincera e amiga, o ouro de uma caridade desprendida e generosa, e a mirra de uma vida sacrificada com alegria pelo Reino e pelos pobres.
Que os Santos Reis nos ensinem a caminhar sempre buscando ao Senhor da Vida, com esperança solidária, forjando uma humanidade nova, liberta e servidora, feliz de seguir a inspiração da Estrela que não falha. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)