“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
“Eu te constituí como luz das nações para levares a salvação até os confins da terra” (At 13,47)
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Ser discípulo

Publicado em 28 de março de 2019 - 16:29:28

Na complexidade do momento histórico, vale a pena perguntar: o que significa o chamado ao discipulado de Jesus para um professor, operário, militar, político, pessoa de negócios, banqueiro, agricultor, estudante, pessoa engajada nos diferentes movimentos sociais? Não seria a questão do discipulado de Jesus uma questão para um número reduzido de pessoas? Ou seja, para aquelas pessoas que assumiriam um modo de vida especial?

A resposta a tais questões nem sempre foi fácil, recebendo as mais variadas interpretações.

Para procurar compreender o projeto de Jesus, decisivo é empenhar-se por captar o que Ele pedia das pessoas que acolhiam o convite de lançar-se no seu seguimento. Isso pressupõe o esforço para ultrapassar tradicionalismos, leis e práticas meramente humanas, ou seja, elementos demasiadamente humanos, institucionais e até mesmo doutrinais que talvez não encontrem reflexo no Evangelho. Ao mesmo tempo, porém, é necessário salvaguardar o esforço realizado por muitos ao longo da história para atualizar a mensagem de salvação anunciada pelo Homem de Nazaré.

O discipulado de Jesus é caminho de libertação do ser humano de todos os preceitos meramente humanos, de tudo o que oprime, provoca preocupações e tormentos à consciência. Não se pode esquecer o que diz o próprio Jesus: “O meu jugo é suave e o meu peso é leve” (Mt 11,30).

Compreende o que significa ser discípulo quem fez a experiência do encontro com o Senhor. A pessoa então escuta a sua Palavra, da qual nasce e se alimenta a fé. Na atenção à Palavra do Senhor e Mestre a pessoa se torna capaz de avaliar as decisões corretas em sua consciência para agir de acordo com Deus. Da escuta atenta, deriva o seguimento, ou seja, se passa a agir como discípulo, pois após ter escutado e acolhido interiormente o que o Mestre ensina, se empenha por viver de forma consequente.

Quando a pessoa se sente atingido por Jesus e seu Evangelho, percebe que “os seus mandamentos não são pesados” (1 Jo 5,3) e que Ele jamais pretende destruir a vida, mas, sim, conserva-la, promove-la, fortalece-la e cura-la.

O discipulado é alegria! É por isso que o Papa Francisco no início de sua primeira exortação apostólica afirmava que “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos que se deixam salvar por Ele são li­bertados do pecado, da tristeza, do vazio inte­rior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria”.

Redescobrir a alegria do Evangelho, e consequentemente do ser discípulo do Senhor, é o grande desafio que o tempo da Quaresma lança a todos que se sentem necessitados de vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10). Este tempo provoca e convoca a cultivar de forma ainda mais determinada o caminho do seguimento de Jesus Cristo. Trata-se de um caminho com reflexos na vida pessoal, comunitária e social. Por isso, a cada ano, a Igreja do Brasil apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal. O Evangelho – versão de Deus para a humanidade de todos os tempos – pressupõe a conversão pessoal e repercute na vida comunitária e social.

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre

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