“Queridos irmãos e irmãs,
eu sei que muitos de vocês ficaram perturbados com as notícias que circularam nos últimos dias sobre os documentos confidenciais da Santa Sé que foram roubados e publicados.
Por isso, gostaria de lhes dizer acima de tudo que roubar esses documentos é um crime. É um ato deplorável que não ajuda. Eu mesmo tinha pedido para se fazer aquele estudo, e eu e os meus colaboradores já conhecíamos bem aqueles documentos, e foram tomadas medidas que começaram a dar frutos, alguns também visíveis.
Por isso, quero lhes assegurar que esse triste fato certamente não me desvia do trabalho de reforma que estamos levando adiante com os meus colaboradores e com o apoio de todos vocês. Sim, com o apoio de toda a Igreja, porque a Igreja se renova com a oração e com a santidade cotidiana de cada batizado.
Portanto, lhes agradeço e lhes peço para continuarem rezando pelo papa e pela Igreja, sem se deixarem perturbar, mas seguindo em frente com confiança e esperança.”
Entenda o caso “Vatlileaks 2″
O já chamado caso “Vatlileaks 2″ – em referência ao caso anterior em que foi condenado Paolo Gabriele, mordomo do papa Bento XVI, pelo roubo e divulgação de documentos – foi conhecido semana passada quando foi comunicada a detenção sacerdote espanhol Lúcio Ángel Vellejo Balda e da italiana Francesca Chaouqui, responsáveis pelas relações públicas da Santa Sé.
Ambos foram detidos no fim de semana passado no quadro da investigação sobre a divulgação dos documentos de caráter econômico considerados “reservados” pela Santa Sé e que surgiram publicados na quinta-feira nos livros Via Crucis, de Gianluigi Nuzzi, e Avarizia, de Emiliano Fittipaldi. O sacerdote espanhol de 54 anos foi secretário da Comissão Investigadora dos Organismos Econômicos e Administrativos da Santa Sé (Cosea), que o papa instaurou para investigar o estado das finanças do Vaticano. A comissão foi extinta.
Alguns dos documentos produzidos pelos organismos foram publicados nos dois livros. Vallejo Balda, neste momento, está detido preventivamente no edifício da Gendarmaria do Vaticano. Já a ex-Relações Públicas italiana, que foi membro da Cosea, foi colocada em liberdade. Os dois esperam agora o fim das investigações preliminares.
Um comunicado do Vaticano, divulgado na semana passada, disse que as investigações continuam e que a divulgação de notícias sobre documentos reservados é “um delito” contemplado na legislação do Estado da Cidade do Vaticano e que prevê penas de até oito anos de prisão.
Fonte: Fabiano Fachini, da Redação RS21