Em preparação ao Natal, a Igreja celebra o Tempo do Advento. São quatro semanas de intensa espiritualidade, quando somos convidados à oração, à meditação da Palavra de Deus, preparando-nos para a celebração do nascimento de Jesus.
É um tempo litúrgico com dupla característica: sendo preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa.
Advento significa tempo de espera, que precede a chegada, tempo de acolhida. A origem da palavra é antiga. Já antes de Cristo, os pagãos celebravam a espera dos deuses, considerando esse tempo como “advento”. Também chamavam de “advento” a expectativa pela chegada de um rei, imperador ou alguma personalidade importante. Depois os cristãos assumiram esse nome e cristianizaram-no, aplicando-o para vinda de Jesus, dando o sentido de preparação para o Natal.
Neste 1º. Domingo do Advento, o evangelho (Mc 13, 33-37) nos convida à vigilância. O evangelho de São Marcos, escrito pelos anos 65, nasce numa época difícil, marcada por convulsões histórico-sociais no Império Romano, particularmente na Palestina. Por isso, no evangelho deste domingo, a palavra que aparece mais vezes é “vigiar” e dá um tom exigente.
São Marcos insiste numa vigilância ativa e corajosa. Quem descobre Cristo tem que ir com Ele até o fim. A exortação é tão importante que Jesus sente a necessidade de colocá-la também com uma parábola muito breve: “É como um homem que, partindo em viagem, deixa sua casa e delega sua autoridade aos servos, indicando o trabalho de cada um e mandando ao porteiro que vigie.”
O caráter imprevisível da volta a qualquer hora da noite implica a atitude de vencer o cansaço para não ser pego desprevenido. Isso significa fidelidade na realização da missão confiada a cada um. O dever de estar atento é de todos. Devemos assumir nossas responsabilidades à espera da hora de Deus, já presente nos acontecimentos.