Quaresma é tempo de renovação, um chamado forte para mudança de atitudes. Mediante a oração, o jejum, a esmola e a meditação da Palavra de Deus, somos chamados à conversão, conformando nossa vida com a proposta do reino de Deus.
Neste 3º Domingo da Quaresma, a primeira leitura (Ex 20,1-17), ensina-nos que Deus nos deixou seus preceitos para que encontrássemos a felicidade e a liberdade. Os homens que detêm o poder, às vezes, baixam decretos que não favorecem o bem dos súditos, mas têm a finalidade de perpetuar situações de injustiça. Mas Deus é totalmente diferente. Quando viu seu povo oprimido no Egito, foi libertá-lo pois não tolera situações de escravidão. É nessa perspectiva que devem ser entendidos os dez mandamentos. Não se trata de leis severas, incompreensíveis. Ao contrário, são caminhos seguros para nossa libertação.
Na segunda leitura (1Cor 1,22-25), o apóstolo Paulo proclama que Jesus Crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, para os eleitos é força e sabedoria de Deus.
No evangelho (Jo 2,13-25), narra-se a expulsão dos vendilhões do templo, mostrando um Jesus corajoso, determinado, sem meias palavras, que usa o chicote para expulsar aqueles que fizeram da casa de seu Pai uma casa de negócios.
O templo de Jerusalém era, para os judeus, o lugar de adoração do verdadeiro e único Deus. Mas ele foi profanado pelo ritualismo e pelo comércio ali realizado. Ao expulsar os vendilhões, Jesus mostra que o templo material será suplantado por nova realidade. Jesus fala de si mesmo, em torno de quem se reunirão os verdadeiros adoradores do Pai.
Ao designar o templo como a casa de seu Pai, Jesus se apresenta como o Filho que tem autoridade no templo e sobre ele. Uma autoridade que somente Deus tinha. Portanto Jesus é o novo templo, o lugar do encontro do homem com Deus.